domingo, 11 de novembro de 2012

Podemos criticar, mas vamos manter o tino, sim!

Indignados ou não com as palavras da senhora Jonet creio ser um pouco excessivo levar a cabo a petição que para ai circula, mas enfim. 
Mas é, sem sombra de dúvida, uma perfeita cretinice ameaçar não doar comida na próxima recolha do Banco Alimentar.
Aliás, quem defende o boicote às doações, claramente, deve andar a falhar a medicação. Só pode. Só isso explica tal atitude.

Quanto à senhora Jonet, nunca pretendi questionar o seu trabalho e a eficiência, competência e qualidade do mesmo. Seguramente, se já se encontra há vários anos em funções, é porque desempenhará bem o seu papel.
Não tenho a mais pequena ideia do que seja desempenhar um cargo como o dela.
Nem sei mesmo o tipo de logística que tal organização implique, sendo certo que acredito que não seja simples ou fácil. Tal como não deve ser fácil lidar diariamente com as situações que imagino passarem por lá às centenas.

No entanto, e não querendo julgar alguém por meia dúzia de palavras e comentários infelizes, não deixa de ser errado a senhora dizer que não há miséria em Portugal.
Dizer que muita gente terá de aprender a viver dentro das suas possibilidades não me choca. Dizer que as pessoas se devem preparar e consciencializar para os tempos difíceis que se avizinham também me parece razoável. Mas dizer que não há miséria...

Acredito que ela já viva de perto com situações de miséria há muitos anos. Tal como também acredito que conheça realidades bem piores do que a nossa.
Mas ainda assim, e por muito que haja uma miséria muito maior do que a nossa por esse mundo fora, isso não invalida que também a haja no nosso país. Pior ou mais moderada, miséria é sempre miséria.

Haver pessoas e famílias que  contribuem para o aumento da venda de nestum, e outras papas similares, porque, muito provavelmente, esse alimento passará a substituir muitas das suas refeições principais, é triste. E é triste haverem crianças a passarem por carências alimentares e a não fazerem todas as refeições que qualquer criança deveria fazer. 

A frase foi infeliz, muito infeliz. Sim, há miséria em Portugal e, infelizmente, cada vez mais.

Mas por favor, vamos ser razoáveis e não empolar demasiado as coisas sim.
Se não concordamos com as declarações da Isabel Jonet e se acreditamos, ao contrário dela, que existe miséria em Portugal, não doar comida na próxima recolha, seguramente, não vai contribuir para a melhoria dessa situação!

No limite, lembrem-se que os destinatários dessa alimentação doada não têm culpa das declarações e opinião da senhora.

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