sexta-feira, 15 de julho de 2016

Realmente, as coisas são como são

Vejo as notícias do atentando em Nice e sinto-me desolada. Sinto-me triste. Merda de mundo este em que vivemos.

Vejo imagens, várias. Personalidades diversas apresentam, e muito bem, as condolências.

Mas depois penso, e quando rebentam bombas em hospitais, em escolas, em aldeias cheias de mulheres, crianças, centenas de inocentes, por esse mundo fora. Aquele lado do mundo que não está aqui ao lado. Na Síria, no Iraque...
Onde anda esta nossa indignação?
Onde estão as ondas de solidariedade?

No fundo, mesmo lá no fundo, não nos "comovemos" mais agora porque somos mais amigos ou sentimentalmente mais próximos dos franceses (no caso), "comovemo-nos" porque eles estão, literalmente, aqui ao lado. Porque foi na Europa. E a europa é aqui. A europa também sou eu. E o perigo, quando está demasiado perto, mete medo. Mete mesmo muito medo.

3 comentários:

  1. Acho normal, Me. Por um lado, o que está mais perto toca-nos mais, quer porque podia ter sido connosco, quer porque há uma maior identificarão. Por outro lado isto nunca aconteceu na Europa, ETAS e Irlandas à parte mas o alvo não eram os civis. O Médio Oriente sempre andou às turras, crescemos a ouvir falar de atentados. Na Europa é uma novidade.
    E já nem digo que isto pode por em causa o nosso modo de vida, que pode facilmente dar origem a restrições das liberdades individuais.

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    1. Sim picante, e em parte é "normal". Bem como eu também me incluo neste grupo.
      Não deixo no entanto de me sentir um pouco hipócrita.

      E claro que tudo conta, e o facto destes ataques europeus passarem 24 sobre 24 nos canais portugueses, durante meia duzia de dias, ao passo que os outros, por vezes, nem no fecho do telejornal aparecerem, também tem o seu peso.
      Na verdade só gostava que houvesse uma maior noção da realidade.
      Choramos e sentimos choque porque podia ser um de nós, mesmo à séria.
      Porque temos família que mora nesta parte da europa, porque viajamos para esta parte da europa, porque temos amigos que vivem e viajam para esta parte da europa.
      E isso causa medo. É uma reacção perfeitamente normal e humana no fundo. Lá está, as coisas são como são.
      Mas por vezes penso como seria se não tivessemos nascido no lado certo do mundo...

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    2. Estaríamos lixados, não há grandes dúvidas.

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