quinta-feira, 2 de julho de 2015

Da (des)união europeia

Eu não gosto dos alemães. Não de todos, claro. Mas não gosto de muitos deles, especialmente daqueles que mandam (sim, na realidade são eles que mandam, não se iludam) na dita união europeia.

Irrita-me de sobremaneira o discurso de merda deles sobre os portugueses - acho que me irrita ainda mais o facto de conseguirem vender aquele peixe a muitos dos próprios portugueses - aquele discurso ranhoso onde dizem que  os portugueses, aliás, os povos do Sul em geral, que isto não é só contra nós, são uma cambada de calinas e mandriões, que querem é estar de papo para o ar a gozar o dinheirinho que não é deles. Que somos uns consumistas e que vivemos todos acima das nossas possibilidades. 
E dizem-no sempre com aquele ar, mete nojo, altivo. De superioridade (excepto quando andam por terras lusas a enfardar pasteis). 

Imagino sempre aqueles tios ricos, que quase caem para trás de tanto que empinam os narizes, que passam por um desgraçado, um sem abrigo, atirado para a rua da amargura pela crise do desemprego, originado pela má gestão e gatunagem de meia dúzia de banqueiros e políticos corruptos, enterrado até ao pescoço em merdas que não necessitava mas que o banco lhe impingiu, e olham com desdém, com nojo. 
Tapam os narizes enquanto cochicham entre si "C'órrore! Cambada de mandriões, bêbados, não querem é trabalhar porque é melhor levar esta vida de copos e vagabundagem".
Só que não. Não é, nem sempre, opção. Não escolheram o desemprego nem a vagabundagem, como lhe chamam.
E esses tios ricos, esses tios fazem todos parte dos conselhos de administração dos BES's e BPN's desta vida. 

Ardam. Ardam todos. 

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