Irrita-me de sobremaneira o discurso de merda deles sobre os portugueses - acho que me irrita ainda mais o facto de conseguirem vender aquele peixe a muitos dos próprios portugueses - aquele discurso ranhoso onde dizem que os portugueses, aliás, os povos do Sul em geral, que isto não é só contra nós, são uma cambada de calinas e mandriões, que querem é estar de papo para o ar a gozar o dinheirinho que não é deles. Que somos uns consumistas e que vivemos todos acima das nossas possibilidades.
E dizem-no sempre com aquele ar, mete nojo, altivo. De superioridade (excepto quando andam por terras lusas a enfardar pasteis).
Imagino sempre aqueles tios ricos, que quase caem para trás de tanto que empinam os narizes, que passam por um desgraçado, um sem abrigo, atirado para a rua da amargura pela crise do desemprego, originado pela má gestão e gatunagem de meia dúzia de banqueiros e políticos corruptos, enterrado até ao pescoço em merdas que não necessitava mas que o banco lhe impingiu, e olham com desdém, com nojo.
Tapam os narizes enquanto cochicham entre si "C'órrore! Cambada de mandriões, bêbados, não querem é trabalhar porque é melhor levar esta vida de copos e vagabundagem".
Só que não. Não é, nem sempre, opção. Não escolheram o desemprego nem a vagabundagem, como lhe chamam.
E esses tios ricos, esses tios fazem todos parte dos conselhos de administração dos BES's e BPN's desta vida.
Ardam. Ardam todos.
Não se dejesa que ardam. A malta deve queimá-los na praça pública.
ResponderEliminarEu já só queria q se evaporassem.
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