Dizia ela que lá não havia o drama da pipa de massa que se ia gastar nos livros porque os mesmos são cedidos pelas próprias escolas aos alunos.
Estes têm apenas de fazer bom uso dos mesmos e procurar devolvê-los, no final do ano, o mais próximo possível do estado em que lhes foram entregues. Sendo que a entrega de livros visivelmente danificados por má utilização poderá implicar o pagamento dos mesmos (que na minha opinião é uma excelente pedagogia e incentivo para ensinar a miudagem a estimar as coisas, mas e daí, quem sou eu para saber disto).
Em Portugal? Em Portugal os livros alteram-se praticamente todos os anos lectivos (não dando nem para passar de irmão para irmão) e são inclusive diferentes de escola para escola (dentro do mesmo concelho, aliás, com uma distancia de 1km uma da outra, segundo soube hoje) e os únicos que andam com livros usados são os que beneficiam do SASE ( não sei sequer se ainda existe, era assim na minha altura...many, many years ago) e esses, esses são os pobrezinhos que vivem com dificuldades!
E é tão triste que assim seja. É tão triste que se pense assim.
E é por isto que este país nunca sairá da cepa torta.
É por termos pessoas que se sentiriam ultrajadas se os filhos tivessem de usar livros já usados por outros. Pessoas que correriam a dizer "mas eu tenho possibilidades e quero comprar livros novos! Usem esses para quem necessita mesmo!" tentando mascarar o ultraje em altruísmo, não compreendendo que esse tipo de atitudes é que cria fosso entre as pessoas, os que podem e os que não podem, os ricos e os pobrezinhos.
Não compreendendo que iríamos todos beneficiar com uma medida destas, e não só pelo aspecto financeiro!
Pessoas que não compreendem que o melhor para os filhos não passa propriamente por ter livros a estrear todos os anos lectivos (que são posteriormente encafuados numa arrecadação qualquer), cadernos novos, malas e estojos novos, and so on.
E isso entristece-me.
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